Powered By Blogger

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Turbina que explora energia das marés pronta para ser instalada Redação do Site Inovação Tecnológica - 11/08/2014 Turbina que explora energia das marés pronta para ser instalada A turbina de demonstração mede 16 metros de comprimento por 20 metros de altura.[Imagem: Tidal Energy Ltd] Energia das marés Um novo gerador de energia a partir do movimento das marés está pronto para ser instalado no País de Gales. Embora esteja sendo considerado um protótipo, o equipamento está na escala total prevista no projeto da empresa Tidal Energy Ltd. O conceito de exploração da energia das marés é diferente da exploração da energia das ondas, embora ambas sejam formas de geração hidroelétrica. Como as marés são geradas pela influência gravitacional do Sol e da Lua sobre a Terra, o movimento cíclico dos oceanos que produz as marés é mais previsível e constante. Pesando 150 toneladas, o equipamento tem a altura de um prédio de sete andares e pode gerar 400 kW girando lentamente conforme o deslocamento das marés. A baixa velocidade é um dos principais argumentos da empresa, que afirma que isto diminui o risco de impacto ambiental. Além disso, a energia das marés é considerada verde e totalmente renovável. Turbina que explora energia das marés pronta para ser instalada Projeto para geração hidroelétrica a partir das marés. [Imagem: Tidal Energy Ltd] Fazenda marinha A turbina subaquática deverá funcionar por um período de testes de 12 meses, com a energia gerada já interligada à rede de distribuição. Se o teste for bem-sucedido e o equipamento se mostrar confiável, a empresa pretende instalar uma fazenda submarina de geradores com uma capacidade de 10 MW, suficiente para abastecer 10.000 residências. O projeto da fazenda marinha é baseado na colocação de bases triangulares que se assentam por gravidade no fundo marinho, evitando a necessidade de perfurações. Isto reduz os custos de instalação e de manutenção. Segundo a empresa, a colocação de três turbinas em uma única estrutura maximiza a energia média gerada, garantindo um fornecimento mais uniforme à rede. Outra empresa está testando a exploração da energia das marés para geração de eletricidade desde 2007 na Irlanda do Norte, mas usando turbinas individuais fixadas no solo oceânico.
Trajetória quântica esclarece morte do Gato de Schrodinger Redação do Site Inovação Tecnológica - 12/08/2014 Trajetória de partículas quânticas esclarece morte de Gato de Schrodinger A definição entre a vida e a morte do Gato de Schrodinger não é instantânea, ainda que não seja tão suave e contínua quanto um evento clássico. [Imagem: Irfan Siddiqi/UC Berkeley] Rota entre morto e vivo Se você joga uma bola para outra pessoa, a bola seguirá sua rota de forma contínua e direta. Mas se a bola for pequena demais - um átomo ou uma molécula, por exemplo - ela obedecerá às leis da mecânica quântica, e não da mecânica clássica, o que tornará as coisas um pouco mais complicadas. Partículas quânticas podem existir em uma sobreposição de estados, como estarem em dois lugares ao mesmo tempo, só "escolhendo" um deles quando se tenta medir onde elas realmente estão. Assim, parecia impossível estabelecer uma trajetória contínua para uma partícula quântica, parecendo que só era possível localizar pontos bem discretos de sua rota - ou lá ou cá. O exemplo mais conhecido disso é o famoso experimento mental conhecido como Gato de Schrodinger, em que um gato é posto em uma caixa onde um frasco de veneno pode ser aberto pelo estado de uma partícula quântica. O gato estaria em um estado de superposição, vivo e morto ao mesmo tempo, já que sua condição definitiva só seria determinada quando a caixa fosse aberta - o que equivale a fazer uma medição da partícula quântica. Uma equipe de físicos das universidades de Rochester, Berkeley e Washington, todas nos Estados Unidos, agora demonstrou que não é bem assim, estabelecendo um caminho provável entre a vida e a morte do gato. O evento não seria instantâneo, com o gato seguindo uma rota contínua de sua vida até sua morte - o gato morre suavemente, por assim dizer. Físicos separam uma partícula de suas propriedades A descrição dessas rotas prováveis das partículas quânticas mereceu a capa da revista Nature. Trajetória de partículas quânticas esclarece morte de Gato de Schrodinger Os dados mostram o caminho "mais provável" (em vermelho) entre estados quânticos iniciais e finais (pontos pretos). As medições são mostradas em uma representação conhecida como esfera de Bloch. [Imagem: Areeya Chantasri] Trajetória quântica Conforme um estado quântico colapsa, saindo de uma superposição e assumindo um estado clássico, ou mesmo uma superposição diferente, ele segue um caminho conhecido como uma trajetória quântica. Para cada estado de origem e cada estado final há um caminho "mais provável" ótimo. O problema é que não é fácil prever esse caminho ou mesmo rastreá-lo experimentalmente. Para conseguir isso, a equipe criou um qubit supercondutor com propriedades de coerência muito precisas - os cientistas costumam chamar esse tipo de sistema quântico de átomo artificial, podendo ele permanecer em uma superposição quântica durante um monitoramento contínuo. O experimento tirou proveito do fato de que qualquer medição perturba um sistema quântico - exceto as chamadas medições fracas. Isto torna possível traçar o caminho ideal da partícula efetuando medições contínuas, ou seja, forçando-a a passar continuamente de um estado quântico para outro. Trajetória de partículas quânticas esclarece morte de Gato de Schrodinger O qubit supercondutor usado no experimento - um átomo artificial - é mantido a uma temperatura de 7 milliKelvin. Com o ruído termal suprimido a esse nível, o dispositivo entra naquilo que os físicos chamam de "espaço quântico". [Imagem: Joe Angeles/WUSTL] Controle quântico das reações químicas "O experimento demonstra que, para qualquer escolha de estado quântico final, o 'caminho ideal' mais provável em um determinado momento pode ser encontrado e previsto," disse Andrew Jordan, membro da equipe. "Isto confirma a teoria e abre caminho para técnicas de controle quântico ativas." Kater Murch, coautor do estudo, ressalta que esse controle quântico ativo é especialmente interessante para a química. "Nos últimos 20 anos, os químicos desenvolveram uma técnica chamada controle quântico, na qual pulsos de laser são usados para dirigir reações químicas, ou seja, conduzi-las entre dois estados quânticos. Os químicos controlam o campo quântico com o laser, e esse campo controla a dinâmica de uma reação química," explicou ele. "Eventualmente, nós seremos capazes de controlar a dinâmica das reações químicas com lasers, em vez de apenas misturar um reagente 1 com um reagente 2 e deixar a reação evoluir por conta própria," concluiu o físico.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Futuro energético do planeta está nas folhas artificiais, diz cientista

Com informações da Agência Fapesp - 01/11/2010


James Barber, do Imperial College London, é considerado um dos principais divulgadores do potencial da fotossíntese artificial.

Fotossíntese artificial
A melhor solução para os problemas globais de produção de energia já foi desenvolvida, é muito eficiente e vem sendo utilizada há mais de 2 bilhões de anos: a fotossíntese.

A afirmação foi feita por James Barber, professor do Imperial College London, no Reino Unido, durante evento realizado em São Paulo.

Considerado um dos principais pesquisadores no mundo no tema da fotossíntese, Barber é membro da Royal Society of Chemistry e publicou 15 livros e mais de 500 artigos científicos sobre o assunto.

"Imitar a natureza e desenvolver catalisadores capazes de mimetizar a fotossíntese - propiciando uma fonte de energia limpa e praticamente ilimitada - não é um sonho. É uma possibilidade real, contanto que seja feito um esforço internacional multidisciplinar que reúna os cientistas mais talentosos do planeta", disse o pesquisador.

Segundo ele, uma tecnologia capaz de usar a luz do Sol com eficiência semelhante à observada nas plantas seria a solução definitiva para a questão energética. "A quantidade de radiação solar que se precipita no planeta Terra é gigantesca", disse.


Consumo de energia no mundo

"Uma hora de luz solar equivale à totalidade da energia que utilizamos em um ano em todo o mundo. É a maior quantidade de energia disponível. Não há nada que se aproxime disso. É também uma energia que incide sobre praticamente todo o globo. É, portanto, igualmente distribuída. Aprender a usar essa energia seria um salto sem precedentes na história da humanidade", destacou.

A população da Terra consome a cada ano, segundo Barber, 14 terawatts de energia, sendo que a maior parte é proveniente de combustíveis fósseis como petróleo (4,5 terawatts), gás (2,7 terawatts) e carvão (2,9 terawatts).

"Como sabemos, isso é insustentável. Estamos queimando combustíveis fósseis desde a Revolução Industrial e chegamos a emitir carbono em uma concentração de 360 partes por milhão (ppm).

"À medida que a população global aumenta de modo exponencial, essa emissão piora. Sabemos que se chegarmos a 550 ppm, haverá mudanças dramáticas no clima do planeta", afirmou.



A nanofolha usa tecnologia piezoelétricas mas tenta manter a aparência de folha, algo que o pesquisador acredita não ser essencial nas pesquisas de fotossíntese artificial. [Imagem: Solar Botanic]Folhas artificiais

Desenvolver uma "folha artificial" seria, segundo ele, a melhor solução a longo prazo. A tecnologia para capturar a energia solar e transformá-la em eletricidade já é bem conhecida: a energia fotovoltaica. Mas, embora seja importante, a energia fotovoltaica não resolve o problema energético.

"A energia fotovoltaica é cara para competir com os baratos combustíveis fósseis. Em segundo lugar, não é suficiente apenas a produção de eletricidade. Precisamos de combustíveis para carros e aviões. O ideal é que tenhamos combustíveis líquidos de alta densidade, como é o caso do petróleo, do gás ou até mesmo dos biocombustíveis", afirmou.

A folha artificial, segundo Barber, é uma tecnologia que absorveria energia solar, armazenando-a em bombas químicas e produzindo combustível. "Talvez produza metanol, ou metano. Mas o importante é que teremos um combustível de alta densidade, como o petróleo, que tem uma quantidade incrível de energia armazenada em um pequeno barril", disse.

"É muito difícil armazenar grandes quantidades de energia em baterias. Ainda não temos a tecnologia para isso. Talvez um dia tenhamos, mas, no momento, acreditamos que armazenar energia em bombas químicas, como a fotossíntese faz, é o ideal", apontou.



As folhas sintéticas de vidro geram eletricidade pela evaporação. [Imagem: Maharbiz Group]Bombas químicas

Com o armazenamento em bombas químicas, a energia solar poderia ser guardada, transportada e distribuída. "Esse armazenamento se daria de uma forma mais complexa que a da energia fotovoltaica. O armazenamento é o verdadeiro desafio que temos pela frente para chegar à folha artificial", afirmou.

A solução desse desafio, no entanto, pode não estar tão distante quanto parece. Para Barber, a vantagem é que a química envolvida com a fotossíntese já foi desenvolvida, testada e aprovada pela natureza.

"Conforme queimamos combustíveis fósseis, jogamos dióxido de carbono na atmosfera e isso é ruim para nós. Mas não é ruim para as plantas. Elas gostam de dióxido de carbono. Tanto que usamos o enriquecimento por CO2 em estufas. Então, trata-se de uma química que já existe. As plantas capturam o dióxido de carbono e o convertem novamente em combustível, em moléculas orgânicas", disse.

A folha artificial, segundo Barber, usará energia da luz para tirar oxigênio da água. Em seguida, o oxigênio servirá para converter o dióxido de carbono novamente em um composto rico em carbono. "Mas, para conseguir isso, teremos que desenvolver a catálise química. É preciso ter uma concepção robusta, usando materiais baratos e funcionando de maneira eficiente, que permita competir com os combustíveis fósseis", afirmou.



Enquanto árvores e outras plantas armazenam o gás em seus tecidos, a árvore artificial guarda o CO2 em um filtro, que comprime o gás e o transforma em líquido. [Imagem: Global Research Technologies, LLC]Não precisa ser verde

O pesquisador britânico comparou o desafio do desenvolvimento da folha artificial ao desafio da aviação. "Leonardo da Vinci observou pássaros voando e sabia que o voo era fisicamente possível", disse.

"Ele tentou desenhar máquinas voadoras. Se olharmos os rascunhos, veremos que ele tentou, sem sucesso, mimetizar o voo de uma ave. No fim, conseguimos voar. Era possível. Há milhões de pessoas voando todos os anos em veículos construídos pelo homem, mas de uma maneira que Da Vinci jamais poderia imaginar", disse.

Assim como os aviões voam de maneira completamente diferente das aves - embora elas tenham sido a primeira inspiração para os inventores -, as folhas artificiais, segundo Barber, provavelmente não terão semelhança com as folhas das árvores.

"Não é preciso que se pareça com uma folha. Será uma tecnologia muito diferente da fotossíntese feita por elas. A forma como alcançaremos essa tecnologia poderá ser muito diferente da maneira encontrada pela natureza", apontou.

Para o cientista do Imperial College London, a folha artificial não foi desenvolvida até agora porque só recentemente se acelerou o avanço do conhecimento a respeito da fotossíntese. Os cientistas não sabiam, por exemplo, como ocorria a quebra da água no processo.

"Hoje existe muito mais informação sobre os processos naturais. Os químicos estão trabalhando na construção de catalisadores artificiais e estão muito mais confiantes para começar a sintetizar", disse.

"Estamos no caminho do desenvolvimento dessa catálise. Mas, até agora, não tínhamos muitos trabalhos feitos sobre o tema, em nível global. Outro fator limitante é que os combustíveis fósseis dominam. E não houve ênfase em tentar desenvolver outras tecnologias inovadoras para o futuro. O motivo é simples: os combustíveis fósseis são baratos", afirmou.



As chamadas células solares aquosas permitem a construção de folhas artificiais que usam a clorofila para gerar eletricidade. [Imagem: Hyung Jun Koo]Solução para o problema energético

Para Barber, o desenvolvimento da folha artificial seria a principal solução global para o problema energético. "Não consigo ver nenhuma outra alternativa a longo prazo. A curto prazo, provavelmente continuaremos queimando petróleo, carvão e gás. E rezar para que nada mais dramático aconteça com o clima. A médio prazo, deveremos usar biocombustíveis, mas nem todos os países poderão se valer dessas tecnologias", disse.

Segundo o cientista, a folha artificial é provavelmente mais viável, como solução global, do que as tecnologias limpas com uso de fusão nuclear. "Isso é algo difícil demais para se fazer. Não dá para comparar com a viabilidade da folha artificial, cuja tecnologia já existe", ressaltou.

"Posso produzir uma amanhã mesmo, usando um aparelho de produção de energia fotovoltaica, combinado com eletrodos de platina, alimentando o equipamento com energia solar, fazendo oxigênio e hidrogênio. Não é um sonho. É uma questão de otimização e de barateamento de produção", afirmou.

Robô atolado em Marte encontra indícios de água

Redação do Site Inovação Tecnológica - 29/10/2010

Parece que o plano de transformar o robô marciano Spirit em um laboratório fixo está dando mais resultados do que deixá-lo andando por Marte.

Cientistas da NASA acabam de anunciar que o terreno onde o robô está encalhado desde o ano passado tem indícios de que água líquida, oriunda provavelmente de neve derretida, escorreu para o subsolo de forma contínua em um passado geologicamente recente.

Depois de inúmeras tentativas para desatolar o robô, preso pelo umbigo em uma pedra, depois que suas rodas afundaram na areia mais do que o previsto, a NASA optou por transformar o Spirit em um laboratório fixo em Marte.

Apesar disso, alguns membros da missão ainda têm esperança de que, no próximo verão marciano, os painéis solares do robô recebam energia suficiente para novas tentativas de movê-lo.

Mas a experiência está mostrando que uma parada de vez em quando faz bem, mesmo para robôs.

Infiltração de água
Os instrumentos do Spirit identificaram camadas de solo estratificadas, com diferentes composições, próximas à superfície, sendo que os minerais mais solúveis desceram para camadas mais profundas do que os minerais não-solúveis.

A melhor hipótese para a observação é que a água fluiu do solo para o subsolo, diluindo os minerais e levando-os para camadas mais profundas. A análise é assinada por nada menos do que 37 cientistas, em um artigo publicado no Journal of Geophysical Research.

A infiltração poderia ter acontecido durante as mudanças climáticas cíclicas do planeta, nos períodos em que Marte sofre uma inclinação em seu eixo. A inclinação do eixo de rotação varia em escalas de tempo de centenas de milhares de anos.

Os minerais insolúveis mais próximos da superfície incluem o que parece ser hematita, sílica e gesso. Sulfatos férricos, que são mais solúveis, parecem ter sido dissolvido e levados junto com a água para camadas mais profundas. Nenhum desses minerais foi encontrado exposto na superfície, que é coberta por areia e poeira.

O irmão gêmeo do Spirit, o robô Opportunity, continua em uma longa jornada rumo a uma grande cratera, chamada Endeavour. Ele está agora a cerca de 8 quilômetros de distância de seu objetivo.

O Universo está repleto de outras Terras, dizem astrônomos

Redação do Site Inovação Tecnológica - 29/10/2010

O estudo indica que sistemas planetários como o nosso Sistema Solar são comuns e que quase um quarto de todas as estrelas parecidas com o Sol pode ter planetas de tamanho semelhante ao da Terra.Cerca de 23 por cento das estrelas semelhantes ao Sol podem ter pelo menos um planeta do tamanho da Terra.

Andrew Howard e seus colegas do telescópio Keck, no Havaí, usaram medições Doppler para estudar 166 estrelas semelhantes ao Sol em busca de planetas com massas entre três e 1.000 vezes o tamanho da Terra.

Outras Terras
Os astrônomos encontraram um total de 33 planetas orbitando em torno de 22 das estrelas estudadas, uma proporção muito mais elevada do que qualquer previsão anterior.

Também ao contrário do que se previa, não há uma "falta de planetas" com massas de cinco a 30 vezes a da Terra, como modelos anteriormente previram.

Quanto às "outras terras", os resultados confirmam que a ocorrência de planetas tende a aumentar - e não a diminuir - conforme diminui a massa dos planetas. Pelos cálculos da equipe, planetas do tamanho de Netuno para baixo são muito mais comuns que os planetas gigantes gasosos, como Júpiter.

Se os cálculos estiverem corretos, isto significa que sistemas planetários como o nosso Sistema Solar são comuns e que quase um quarto de todas as estrelas parecidas com o Sol pode ter planetas de tamanho semelhante ao da Terra.

Estimativa fundamentada
Os astrônomos estudaram 166 estrelas das classes G e K localizadas a até 80 anos-luz da Terra.

O Sol é a mais conhecida estrela do tipo G, que são amarelas. As estrelas do tipo K são um pouco menores e têm cor laranja ou vermelha.

O estudo procurou determinar a quantidade, a massa e a distância orbital dos planetas dessas estrelas. O trabalho usou tanto observações diretas quanto estimativas, uma vez que, das estrelas analisadas, apenas 22 têm planetas que já foram detectados diretamente.

"De cada 100 estrelas parecidas com o Sol, uma ou duas têm planetas com massa semelhante à de Júpiter, seis parecidas com a de Netuno e 12 têm entre três e dez vezes a massa terrestre. Se extrapolarmos a relação para planetas do tamanho da Terra, podemos estimar que encontraremos cerca de 23 deles para cada 100 estrelas", disse Howard.

"Essa é a primeira estimativa, baseada em medidas reais, da fração de estrelas que têm planetas do tamanho da Terra", destacou Geoffrey Marcy, também de Berkeley e coautor do estudo.

Busca por exoplanetas
"Isto significa que, quando a Nasa desenvolver novas técnicas na próxima década para tentar encontrar planetas com tamanho realmente parecido com o da Terra, não será preciso procurar muito", disse Howard.

A NASA já tem uma fortíssima carta na manga para essa busca: o telescópio espacial Kepler, lançado em Março deste ano.

A missão primária do Kepler é encontrar planetas semelhantes à Terra - planetas rochosos que orbitam estrelas parecidas com o Sol em uma zona quente, onde a água possa se manter sobre a superfície em estado líquido - veja mais em Telescópio espacial Kepler vai começar busca por outras Terras.

Há cerca de um mês, um grupo de astrônomos anunciou a descoberta do primeiro exoplaneta dentro da "zona habitável". O resultado, contudo, vem sendo questionado por outros astrônomos, que afirmam não estarem conseguindo repetir a detecção.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Lua tem água, sal e até prata, dizem cientistas

Agência Fapesp - 22/10/2010


O impacto frustrou os cientistas e o público. A equipe da missão LCROSS havia calculado que a poeira levantada pelo impacto poderia ser vista da Terra. Mais segredos da Lua acabam de ser revelados graças não a astronautas ou veículos robotizados em contato com a superfície do satélite.

Desta vez, a novidade vem mais de baixo, cortesia de um foguete lançado pela Nasa, a agência espacial norte-americana, que se chocou contra uma cratera no pólo sul da Lua.

Impacto lunar
A missão Lunar CRater Observing and Sensing Satellite (LCROSS) teve duas partes. Inicialmente, o estágio superior e vazio de um foguete atingiu a cratera Cabeus, próximo ao polo sul lunar, em outubro de 2009. Foi seguido por um segundo veículo que analisou os fragmentos ejetados pelo impacto.

A proposta era procurar por água e verificar do que mais é composto o subsolo naquele ponto supergelado, algo nunca antes tentado. Resultados da missão, que se mostrou bem-sucedida, acabam de ser publicados em cinco artigos na edição desta sexta-feira (22/10) da revista Science.

Em um dos artigos, Peter Schultz, da Universidade Brown, e colegas descrevem que a nuvem levantada pelo choque mostrou que o solo e o subsolo lunar são mais complexos do que se estimava.

Minerais na Lua
A superfície lunar contém não apenas água, mas diversos outros compostos, como monóxido de carbono, dióxido de carbono, hidroxila, amônia, sódio e até mesmo prata.

Os elementos químicos presentes nos grãos do regolito lunar - o manto de detritos que cobre a superfície - fornecem pistas sobre sua origem e como foram parar nas crateras polares, muitas das quais não veem a luz do Sol há bilhões de anos, estando entre os pontos mais frios do Sistema Solar.

Segundo o artigo, os compostos voláteis podem ter-se originado dos impactos de cometas, asteroides e meteoroides que castigaram o satélite terrestre durante bilhões de anos.

Os compostos depositados no regolito podem ter sido liberados pelos impactos ou serem resultantes do aquecimento pela luz solar, que forneceu a energia suficiente para que se deslocassem até os polos, onde permaneceram presos em frígidas crateras.

O impacto do foguete produziu um buraco com cerca de 25 metros de diâmetro e lançou material que está a até 1,80 metro de profundidade.

Pistas históricas
A nuvem de detritos gerada pela colisão chegou a cerca de 800 metros acima da superfície da cratera, o suficiente para atingir a luz solar.

O resultado foi que a composição da emissão pôde ser medida por quatro minutos por diversos instrumentos de espectroscopia. O material ejetado chegou a quase duas toneladas.

Apesar do sucesso, Schultz ressalta que a missão trouxe respostas, mas também levantou novas questões. "Trata-se de um arquivo de bilhões de anos, preso em crateras em sombras permanentes. Pode haver ali pistas para a história da Lua, da Terra, do Sistema Solar e de nossa galáxia. E está tudo ali, implorando para que voltemos", disse.

Desde 1972, com a última missão Apolo, o homem não pisou mais na Lua. Apesar de projetos de retorno das missões tripuladas para além dos ônibus espaciais, não se sabe ao certo quando esse retorno poderá ocorrer.

Para ver um ponto de vista diferente sobre as pesquisas de água na Lua, veja a reportagem A Lua não tem água, rebatem cientistas.

Cientistas propõem viagem sem volta a Marte

Redação do Site Inovação Tecnológica - 25/10/2010

Uma estratégia seria enviar inicialmente quatro astronautas, dois em cada uma de duas espaçonaves, ambas com módulo de pouso e com suprimentos suficientes.

Voos tripulados

Quando Barack Obama tomou posse, ele afirmou que era preciso rever os projetos de voos tripulados da NASA.

Embora tenha dito que poderia ser possível enviar o homem a Marte até 2030, o efeito mais imediato da nova política espacial da NASA foi o cancelamento do projeto de retorno à Lua.

Com um mero passeio lunar cada vez mais distante, e com as decepcionantes dificuldades que a própria NASA demonstrou na execução do projeto Constelação, que nada mais era do que um upgrade da histórica Apolo, ir a Marte ou a qualquer outro planeta parece um sonho cada vez mais distante.

Viagem sem volta a Marte
Mas talvez haja uma alternativa, uma missão que seja mais simples e mais barata e que viabilize a chegada do homem a Marte.

Para isso, basta que seja uma viagem sem volta, ou seja, uma viagem para astronautas que aceitem o desafio de ir para Marte sem qualquer plano de voltar à Terra.

Esta é a proposta de Dirk Schulze-Makuch, da Universidade do Estado de Washington, e do renomado Paul Davies, da Universidade do Estado da Flórida, ambas nos Estados Unidos.

Eles acabam de delinear como seria uma missão sem volta a Marte em um artigo publicado na revista científica Journal of Cosmology, chamado To Boldly Go: A One-Way Human Mission to Mars - Para Audaciosamente ir: Uma Missão Humana sem Retorno a Marte, em tradução livre. O "audaciosamente indo aonde nenhum homem jamais foi antes" é a marca registrada do seriado Jornada nas Estrelas.

Os dois físicos consideram que, embora tecnicamente factível, uma missão tripulada de ida e volta a Marte é improvável num horizonte de tempo razoável - principalmente, segundo eles, porque seria um projeto incrivelmente caro, tanto em termos financeiros quanto em sustentação política.

E, como a maior parte do gasto está ligado à necessidade de trazer os astronautas de volta em segurança, uma missão só de ida poderia não apenas reduzir os custos a uma fração do projeto inicial, como também marcar o início da colonização humana de longo prazo do planeta.

Uma missão só de ida a Marte seria o primeiro passo para o estabelecimento de uma presença humana permanente no planeta. Marte é o alvo mais promissor para uma colonização humana porque ele é muito similar à Terra: possui uma gravidade moderada, uma atmosfera, "água abundante", dióxido de carbono e uma infinidade de outros minerais essenciais.

É o segundo planeta mais próximo da Terra, depois de Vênus, e uma viagem a Marte levaria apenas seis meses, usando a opção de lançamento mais favorável e a atual tecnologia dos foguetes químicos.

"Uma estratégia seria enviar inicialmente quatro astronautas, dois em cada uma de duas espaçonaves, ambas com módulo de pouso e com suprimentos suficientes, para estabelecer um único posto avançado em Marte. Uma missão só de ida a Marte seria o primeiro passo para o estabelecimento de uma presença humana permanente no planeta," explicou Schulze-Makuch.

Embora afirmem que seria essencial que os astronautas fossem voluntários, Schulze-Makuch e Davies ressaltam que não estão propondo que os pioneiros espaciais sejam simplesmente abandonados à própria sorte em Marte - eles propõem uma série contínua de missões, suficientes para dar suporte à colonização de longo prazo.


Terráqueos marcianos"Teria de fato muito pouca diferença dos primeiros pioneiros brancos que foram para o continente norte-americano, que deixaram a Europa com poucas expectativas de retorno," diz Davies.

"Exploradores como Colombo, Frobisher, Scott e Amundsen, embora não embarcassem em suas viagens com a intenção de se fixar em seus destinos, de qualquer forma assumiam riscos pessoais gigantescos para explorar novas terras, sabendo que havia uma probabilidade significativa de que poderiam morrer na tentativa."

Embora proponham que os colonos espaciais comecem logo a cultivar e explorar os recursos do próprio planeta, os cientistas afirmam que eles poderiam receber periodicamente suprimentos enviados da Terra.

E eles vão audaciosamente ainda mais longe: o posto avançado poderia se tornar autossuficiente e se tornar uma base para um programa de colonização espacial ainda maior, de onde os "terráqueos marcianos", ou mesmo terráqueos de nascença, poderiam partir para ir mais longe.


Áreas apontadas pelos pesquisadores como promissoras para a primeira colônia humana em Marte, por conterem cavernas e relevo capaz de funcionar como proteção para os colonos espaciais. [Imagem: Schulze-Makuch/Davies/NASA]Seguro contra catástrofes

Os cientistas afirmam que o primeiro passo para a missão sem volta seria a seleção de um local adequado para a colônia, que preferencialmente tenha uma caverna ou outro relevo que sirva de abrigo, assim como recursos nas proximidades, como água, minerais e nutrientes para agricultura.

Marte não tem uma camada de ozônio e nem uma magnetosfera que proteja contra a ionização e os raios ultravioleta. Por isso, uma caverna seria muito importante. As cavernas marcianas também poderiam conter depósitos de gelo em seu interior, embora isso ainda não tenha sido comprovado.

O artigo sugere que, além de oferecer um "bote salva-vidas" no caso de uma mega-catástrofe na Terra, uma colônia em Marte seria uma plataforma inigualável para pesquisas científicas. Os astrobiólogos acreditam que é grande a probabilidade de que Marte tem ou já teve vida microbiana, e que seria uma oportunidade imperdível estudar uma forma de vida alienígena e um segundo registro evolucionário.

Espírito explorador


A colonização de Marte exigirá o retorno o espírito explorador e do ethos de assumir riscos do período das grandes explorações na Terra. Embora acreditem que a estratégia para colonizar Marte com missões sem retorno coloque o projeto, financeira e tecnologicamente, ao alcance das possibilidades atuais, Schulze-Makuch e Davies afirmam que a ideia precisará não apenas de um grande esforço de cooperação internacional, mas também exigirá o retorno o espírito explorador e do ethos de assumir riscos do período das grandes explorações na Terra.

Segundo eles, ao levantar a ideia entre seus colegas cientistas, vários deles manifestaram a intenção de se inscreverem como voluntários para tal missão.

O próprio Schulze-Makuch afirma que seria o primeiro voluntário a se inscrever no projeto - mesmo reconhecendo o fato de que, quando tal missão estivesse pronta para partir, ele certamente não teria mais idade para embarcar.

"Pesquisas informais feitas após palestras e conferências sobre a nossa proposta mostraram repetidamente que muitas pessoas gostariam de se voluntariar para uma missão sem retorno, tanto por razões de curiosidade científica, quanto por um espírito de aventura e de cumprir o destino da humanidade," afirmam eles.